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...Da Magia a Sedução!

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Aulas de Dança do Ventre em São Gonçalo - Alcantara

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A HISTÓRIA DE JUDITE





"Judite é um dos livros deuterocanônicos do antigo testamento
trata-se de uma história  composta para encorajar o povo de Deus a resistir e lutar pela fé, seja qual for a guerra."


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1 Ora, tudo isso chegou aos ouvidos de Judite, viúva, filha de Merari, 
filho de Idox, filho de José, filho de Ozias, filho de Elai, filho de Jamnor, 
filho de Gedeão, filho de Rafaim, filho de Aquitob, filho de Melquias, filho 
de Enã, filho de Natanias, filho de Salatiel, filho de Simeão, filho de 
Rubem. 
2 Seu marido chamava-se Manassés, e morrera no tempo da colheita da 
cevada, 
3 ferido de insolação quando fiscalizava os ceifadores que ligavam os 
feixes no campo; ele morrera em Betúlia, sua cidade, e fora enterrado 
com seus pais. 
4 Judite ficara viúva havia três anos e meio. 
5 Ela tinha feito no andar superior de sua casa um quarto reservado 
para si, no qual se conservava retirada com suas criadas. 
6 Trazia um cilício sobre os rins e jejuava todos os dias, exceto nos 
sábados, nas luas novas e nas festas do povo israelita. 
7 Era extremamente bela, e seu marido tinha-lhe deixado grandes 
riquezas, numerosos criados e domínios cheios de rebanhos de bois e de 
ovelhas. 
8 Era muito estimada por todos porque tinha grande temor a Deus; não 
havia ninguém que falasse mal a seu respeito. 
9 Sabendo, pois, que Ozias tinha prometido entregar a cidade dentro de 
cinco dias, mandou alguém chamar os anciãos Cabri e Carmi, 
10 e estes vieram ter com ela. Ela disse-lhes: Como é possível que 
Ozias tenha consentido em entregar a cidade aos assírios dentro de 
cinco dias, se não nos chegar socorro? 
11 Quem sois vós para provocar o Senhor? 
12 Não é esse o meio de atrair a sua misericórdia, mas antes o de 
excitar a sua cólera e acender o seu furor 
13 Vós impusestes ao Senhor um prazo para exercer a sua misericórdia 
e fixastes-lhe um dia ao vosso arbítrio! 
14 Mas o Senhor é paciente; façamos, pois, penitência por isso e 
peçamos-lhe perdão com lágrimas nos olhos, 
15 pois Deus não ameaça como os homens e não se deixa arrastar 
como eles à violência da cólera. 
16 Humilhemo-nos diante dele e prestemos-lhe nosso culto com espírito 
de humildade. 
17 Roguemos ao Senhor com lágrimas que nos conceda a sua 
misericórdia como lhe aprouver, para que, assim como se perturbou o 
nosso coração com o orgulho de nossos inimigos, do mesmo modo 
encontremos glória em nossa humilhação. 
18 Nós não imitamos os pecados de nossos pais, abandonando Deus 
para adorar divindades estranhas. 
19 Por esse crime foram entregues à espada, à pilhagem e ao desprezo 
de seus inimigos; nós, porém, não admitimos outro Deus fora dele. 
20 Esperamos com humildade a sua consolação e ele vingará o nosso 
sangue dos males que nos causam nossos inimigos. Ele humilhará toda 
nação que se levantar contra nós; o Senhor nosso Deus cobri-las-á de 
vergonha. 
21 Agora, meus Irmãos, já que sois os anciãos do povo de Deus, e que 
sua vida depende de vós, reanimai os seus corações com vossas 
palavras, para que eles se lembrem de que nossos pais foram tentados 
a fim de que se verificasse se eles serviam verdadeiramente ao seu 
Deus. 
22 Que eles se lembrem de como nosso pai Abraão foi provado e de 
como passou por múltiplas tribulações para se tornar o amigo de Deus. 
23 Assim Isaac, assim Jacó, assim Moisés, e todos os que agradaram a 
Deus permaneceram fiéis apesar das muitas tribulações. 
24 Aqueles, porém, que não aceitaram essas provações no temor ao 
Senhor e se impacientaram, murmurando contra ele, 
25 foram feridos pelo Exterminador e pereceram pelas serpentes. 
26 Por isso não nos irritemos por causa do que sofremos. 
27 Consideremos que esses tormentos são menos graves que nossos 
pecados, e que esses flagelos com que o Senhor nos castiga, como 
escravos, foram-nos mandados para a nossa emenda, e não para a 
nossa perdição. 
28 Ozias e os anciãos responderam-lhe: Tudo o que disseste é verdade; 
nada há repreensível nas tuas palavras. 
29 Roga, pois, a Deus por nós, porque és uma mulher santa e piedosa. 
30 Judite respondeu-lhes: Se reconheceis que o que eu vos disse vem 
de Deus, 
31 examinai se vem igualmente dele o que eu resolvi fazer, e orai para 
que Deus me ajude a realizar o meu desígnio. 
32 Ficai esta noite à porta, e eu sairei com minha criada. Orai então 
para que, como vós o dissestes, o Senhor olhe para o seu povo de Israel 
dentro de cinco dias. 
33 Mas não quero que procureis saber o que eu vou fazer; enquanto eu 
mesma não voltar para vos avisar, não se faça outra coisa que rogar por 
mim ao Senhor nosso Deus. 
34 Ozias, o príncipe de Judá, respondeu-lhe: Vai em paz, e que o 
Senhor te ajude a tomar a vingança de nossos inimigos. E retiraram-se
1 Tendo eles partido, Judite entrou em seu oratório, pôs o seu cilício, 
cobriu a cabeça com cinzas e, prostrando-se diante do Senhor, orou 
dizendo: 

(oração de judite...)
2 Senhor, Deus de meu pai Simeão, que lhe destes a espada para se 
vingar dos estrangeiros que, arrastados pela paixão, violaram uma 
virgem, descobrindo-lhe vergonhosamente a nudez; 
3 que entregastes suas mulheres à rapina, suas filhas ao cativeiro, e 
todos os seus despojos em partilha aos vossos servos que ardiam de 
zelo ao vosso serviço, vinde, eu vos peço, ó Senhor meu Deus, e 
socorrei esta viúva. 
4 Vós dispusestes os acontecimentos do passado, determinastes que 
uns sucedessem a outros, e nada aconteceu sem que vós o quisésseis. 
5 Todos os vossos caminhos são previamente escolhidos, e os vossos 
juízos são marcados por vossa providência. 
6 Olhai agora para o acampamento dos assírios, como vos dignastes 
outrora olhar para o dos egípcios, quando corriam armados atrás dos 
vossos servos, fiando-se nos seus carros, nos. seus cavaleiros e na 
multidão dos seus combatentes. 
7 Bastou um vosso olhar sobre o seu acampamento para paralisá-los 
nas trevas. 
8 O abismo reteve os seus pés, e as águas submergiram-nos. 
9 Senhor, que o mesmo aconteça a estes que confiam no seu número, 
nos seus carros, nos seus dardos, nos seus escudos, nas suas flechas, e 
que são orgulhosos de suas lanças. 
10 Eles ignoram que vós sóis o nosso Deus, vós que desde todo o tempo 
sabeis deter as guerras, e que vosso nome é o Senhor. 
11 Levantai o vosso braço como nos tempos antigos e quebrai o seu. 
poder com a vossa força; caia diante de vossa cólera o poder daqueles 
que prometeram a si próprios violar o vosso santuário, profanar o 
tabernáculo de vosso nome e derrubar com um golpe de espada os 
cornos de vosso altar. 
12 Fazei, Senhor, que o orgulho desse homem seja cortado com sua 
própria espada; 
13 seja ele preso no laço de seus olhos fixos em mim; e feri-o com as 
doces palavras de meus lábios. 
14 Dai firmeza ao meu coração para o desprezar, e coragem para o 
abater. 
15 Isso será para o vosso nome uma glória digna de memória, tendo-o 
derrubado a mão de uma mulher. 
16 Não é na multidão, Senhor, que está o vosso poder, nem vos 
comprazeis na força dos cavalos; os soberbos nunca vos agradaram, 
mas sempre vos foram aceitas as preces dos mansos e humildes. 
17 Deus do céu, criador das águas e senhor de toda a criação, ouvi uma 
pobre suplicante que só confia em vossa misericórdia. 
18 Lembrai-vos, Senhor, de vossa promessa; inspirai as palavras de 
minha boca e dai firmeza à resolução de meu coração, para que a vossa 
casa vos permaneça (para sempre) consagrada e que todos os povos 
reconheçam que só vós sois Deus e que não há outro fora de vós. 
Quando acabou de orar ao Senhor, levantou-se do lugar onde estava 
prostrada diante do Senhor. 
2 Chamou a sua criada, desceu à sua casa, tirou o cilício e despiu suas 
vestes de viúva. 
3 Lavou-se, ungiu-se de mirra preciosa, arranjou o cabelo e pôs um 
diadema. Vestiu-se como para uma festa, calçou as sandálias, pôs os 
braceletes, o colar, os brincos, os anéis e todos os seus enfeites. 
4 O Senhor aumentou-lhe a beleza, porque tudo aquilo procedia, não de 
uma paixão má, mas de sua virtude; por isso o Senhor deu-lhe uma tal 
formosura, que apareceu aos olhos de todos com um encanto 
incomparável. 
5 Fez que sua criada levasse um odre de vinho, uma garrafa de óleo, 
grãos torrados, figos secos, pão e queijo, e partiu. 
6 Chegando à porta da cidade, encontraram Ozias e os anciãos que as 
esperavam. 
7 Vendo-a, ficaram cheios de admiração diante de sua beleza. 
8 Sem lhe perguntar coisa alguma deixaram-na passar e disseram-lhe: 
Que o Deus de nossos pais te dê a sua graça e fortifique a resolução de 
teu coração, para que sejas a glória de Jerusalém e o teu nome figure 
no número dos santos e dos justos. 
9 Os que ali estavam disseram a uma só voz: Assim seja! Assim seja! 

E Judite passou a porta com sua criada, orando ao Senhor. 
11 Ao raiar do dia, quando ela descia pela montanha, eis que a 
encontrou uma patrulha dos assírios e a deteve: De onde vens?, 
perguntaram-lhe, e aonde vais? 
12 Ela respondeu: Sou uma israelita; fugi do meio deles porque vi que 
eles vos hão de ser entregues como presa, e porque vos desprezaram 
não querendo render-se espontaneamente a vós para encontrar graça 
diante de vossos olhos. 
13 Por isso pensei comigo mesma: Irei apresentar-me ao príncipe 
Holofernes para revelar-lhe seus segredos e indicar-lhe um caminho por 
onde poderá tomar, sem perder um homem sequer do seu exército. 
14 Ouvindo estas palavras, os homens olhavam-na de frente com os 
olhos deslumbrados de admiração pela sua grande beleza. 
15 E disseram-lhe: Salvaste a tua vida, porque resolveste descer para o 
nosso senhor. Podes estar certa de seres bem tratada quando lhe fores 
apresentada, e tu lhe hás de ganhar o coração. 
16 Levaram-na à tenda de Holofernes, declarando quem era. 
17 Mal havia ela entrado, Holofernes ficou cativo de seus olhos. 
18 Seus oficiais disseram-lhe: Quem poderia desprezar os hebreus que 
têm tão belas mulheres? Não são elas uma razão suficiente de lhes 
fazermos guerra? 
19 Judite viu Holofernes sentado sob um baldaquino de púrpura, 
bordado de ouro, com esmeraldas e pedras preciosas: 
20 Ela levantou os olhos para o seu rosto e inclinou-se profundamente 
diante dele até o solo. Os servos de Holofernes levantaram-na por 
ordem do seu senhor. 

Então Holofernes disse-lhe: Tranqüiliza-te! Não temas em teu coração, 
pois nunca fiz mal algum a quem estivesse pronto a servir o rei 
Nabucodonosor. 

2 Se teu povo não me tivesse desprezado, eu não teria levantado a 
minha lança contra ele. 
3 Mas dize-me, agora, por que os deixaste e vieste para o meio de nós? 
4 Judite respondeu-lhe: Ouve as palavras de tua serva, porque se 
seguires as palavras que te vou dizer, o Senhor chegará aos seus fins 
por ti. 
5 Juro-o por Nabucodonosor, rei da terra, e por seu poder que está nas 
tuas mãos para castigo daqueles que se desviam, porque não somente 
contribuis para que os homens o sirvam, mas até os animais do campo 
lhe obedecem. 
6 A sabedoria de teu espírito é, com efeito, célebre em todas as nações, 
todo o mundo sabe que és o único bom e poderoso em seu reino, e tua 
administração é louvada em todas as províncias. 
7 O que disse Aquior não é um segredo e ninguém ignora o que 
ordenaste que lhe fosse feito. 
8 Porque é manifesto que nosso Deus está de tal forma ofendido pelos 
pecados do povo, que lhe mandou dizer por meio de seus profetas, que 
o entregaria por causa de seus pecados. 
9 E como os israelitas sabem que ofenderam o seu Deus, tu te tornaste 
um objeto de terror. 
10 Além disso, a fome aperta-os e pela falta de água estão já como 
mortos. 
11 Chegam até a matar os seus animais para beberem o seu sangue. 
12 E mesmo as primícias consagradas ao Senhor, seu Deus, que o 
Senhor lhes proibiu tocar - trigo, vinho e azeite - eles pensam empregá-
las, e querem assim comer aquilo que não lhes é permitido nem tocar 
com as mãos. Procedendo assim, é certo que serão entregues à ruína. 
13 E eu, tua serva, que sei de tudo isto, fugi do meio deles, e o Senhor 
mandou-me a ti para dizer-te estas coisas. 
14 Porque tua serva teme a Deus, mesmo junto de ti, e ela sairá do 
acampamento para orar a Deus. 
15 Ele me dirá quando vai puni-los pelos seus pecados, e eu to virei 
dizer. Levar-te-ei então até o coração de Jerusalém, e encontrarás todo 
o povo de Israel como um rebanho de ovelhas sem pastor, e não haverá 
sequer um cão para ladrar contra ti. 
16 Isto me foi dito pela providência divina;
17 e como Deus está irritado contra eles, fui enviada para to anunciar. 
18 Holofernes e seus servos alegraram-se com este discurso, e 
admiraram a sabedoria de Judite, dizendo uns aos outros: 
19 Não há sobre a terra mulher semelhante a esta no valor, na beleza e 
na sabedoria de suas palavras. 
20 Holofernes disse-lhe: Deus fez muito bem em te mandar antes do 
povo, a fim de que possas entregá-lo nas nossas mãos. 
21 Teu plano é bom: se teu Deus fizer isto por mim, ele será também o 
meu Deus, e tu serás grande na casa de Nabucodonosor, e o teu nome 
será célebre em toda a terra. 
Mandou então que a introduzissem onde estavam os seus tesouros, 
ordenando-lhe que ficasse ali, e regulou o que se lhe devia dar de sua 
mesa. 
2 Judite respondeu-lhe: Não posso agora comer do que me mandaste 
servir, para não cometer infração (contra a Lei); comerei do que trouxe 
comigo. 
3 Holofernes disse-lhe: E quando acabarem as provisões que trouxeste 
contigo, que poderemos fazer por ti? 
4 Por tua vida; meu senhor, replicou Judite, juro que tua serva não 
gastará todas estas coisas, sem que Deus realize pela minha mão o que 
resolvi fazer. Os escravos de Holofernes introduziram-na então na tenda 
que ele tinha designado. 
5 Aí entrando, Judite pediu que lhe fosse permitido sair à noite e antes 
do amanhecer, para fazer suas devoções e orar ao Senhor. 
6 Holofernes ordenou aos seus escravos que a deixassem sair e entrar 
como quisesse, durante três dias, para adorar o seu Deus. 
7 Cada noite ela saía ao vale de Betúlia e fazia as suas abluções numa 
fonte. 
8 Ao voltar, rogava ao Senhor Deus de Israel que lhe dirigisse os passos 
para a libertação do seu povo. 
9 Entrava em seguida na sua tenda, e ali permanecia pura até que 
tomava a sua refeição pela tarde. 
10 No quarto dia, Holofernes deu um banquete aos seus oficiais. E disse 
a Vagao, seu eunuco: Vê se persuades a essa judia que consinta 
espontaneamente em tornar-se minha concubina. 
11 (Entre os assírios era coisa vergonhosa que uma mulher zombasse 
de um homem, retirando-se sem se ter dado a ele.) 
12 Vagao foi ter com Judite e disse-lhe: Não tema a boa jovem entrar à 
presença de meu senhor; ser-lhe-ia uma honra comer em sua 
companhia e beber vinho alegremente. 
13 Quem sou eu, respondeu ela, para opor-me ao meu senhor? 
14 Farei tudo o que parecer bom e melhor aos seus olhos; o que mais 
lhe agradar, isso será também para mim o melhor durante toda a minha 
vida. 
15 Ela levantou-se e, trajada com requinte, apresentou-se diante dele. 
16 O coração de Holofernes agitou-se, porque ardia de paixão por ela. 
17 Come e bebe alegremente, disse-lhe ele, pois encontraste graça aos 
meus olhos. 
18 Ao que respondeu Judite: Eu beberei, senhor, porque nunca em 
minha vida me senti tão engrandecida como hoje. 
19 Mas ela tomou e comeu do que a sua serva lhe tinha preparado, e 
bebeu com ele. 
20 Holofernes alegrou-se grandemente por tê-la junto dele, e bebeu 
vinho como nunca tinha bebido. 

1 Anoiteceu. Os oficiais apressaram-se em voltar aos seus aposentos. 
Vagao fechou as portas do quarto e foi-se. 
2 Estavam todos embriagados pelo vinho. 
3 Judite ficou só no seu quarto, 
4 enquanto Holofernes repousava em seu leito, bêbedo a cair. 
5 Judite havia dito à sua serva que ficasse fora, diante do quarto, 
vigiando. 
6 De pé ao lado do leito, movendo em silêncio os lábios, ela orou com 
lágrimas a Deus, dizendo: 
7 Senhor, Deus de Israel, dai-me força. Olhai agora o que vão fazer 
minhas mãos, a fim de que, segundo a vossa promessa, levanteis a 
vossa cidade de Jerusalém, e eu realize o que acreditei ser possível 
graças a vós. 
8 Dizendo isto, aproximou-se da coluna que estava à cabeceira do leito 
e tomou a espada que ali estava pendurada; 
9 desembainhou-a e, tomando os cabelos de Holofernes, disse: Senhor, 
dai-me força neste momento! 
10 Feriu-o duas vezes na nuca e decepou-lhe a cabeça. Desprendeu em 
seguida o cortinado das colunas, e rolou por terra o corpo mutilado. 
11 Feito isto, saiu e deu à sua serva a cabeça de Holofernes para que a 
metesse no saco. 
12 Depois saíram ambas, como de costume, como se fossem para a 
oração. Atravessaram o acampamento, contornaram o vale e chegaram 
às portas da cidade. 
13 De longe, Judite gritou aos guardas dos muros: Abri as portas, 
porque Deus está conosco; ele manifestou o seu poder em favor de 
Israel. 
14 Ouvindo estas palavras, os homens chamaram os anciãos da cidade, 
15 e toda a população correu para ela, desde o menor até o maior, 
porque não esperavam mais que ela voltasse. 
16 Juntaram-se todos ao redor dela com tochas acesas. Judite, subindo 
a um lugar mais alto, pediu que se fizesse silêncio. Todos se calaram. 
17 Louvai ao Senhor nosso Deus, disse-lhes ela, que não abandonou os 
que puseram nele a sua esperança, 
18 e que cumpriu pelas mãos de sua serva a sua promessa de 
misericórdia à casa de Israel; esta noite ele matou por minha mão o 
inimigo de seu povo. 
19 Retirando então do saco a cabeça de Holofernes, mostrou-lha 
dizendo: Eis a cabeça de Holofernes, marechal do exército assírio, e eis 
o cortinado do baldaquino onde se achava deitado, ébrio a cair, quando 
o Senhor, nosso Deus, o feriu pela mão de uma mulher. 
20 Mas juro-vos, pelo mesmo Senhor, que o seu anjo me protegeu, 
tanto ao partir, como ao demorar-me lá, e como ao voltar, e o Senhor 
não permitiu que sua serva fosse manchada: ele reconduziu-me a vós 
livre de toda a mancha de pecado, cheia de alegria por sua vitória, pela 
minha salvação e pela vossa libertação. 
21 Dai-lhe glória todos vós, porque é bom, porque a sua misericórdia é 
eterna! 
22 Então todos, adorando o Senhor, disseram a Judite: O Senhor te 
abençoou com o seu poder, porque ele por ti aniquilou os nossos 
inimigos. 
23 Ozias, príncipe do povo de Israel, acrescentou: Minha filha, tu és 
bendita do Senhor Deus altíssimo, mais que todas as mulheres da terra. 
24 Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra, que te guiou para 
cortar a cabeça de nosso maior inimigo! 
25 Ele deu neste dia tanta glória ao teu nome, que nunca o teu louvor 
cessará de ser celebrado pelos homens, que se lembrarão eternamente 
do poder do Senhor. Ante os sofrimentos e a angústia de teu povo, não 
poupaste a tua vida, mas salvaste-nos da ruína, em presença de nosso 
Deus. 
26 E todo o povo respondeu: Assim seja! Assim seja! 
27 Mandaram então vir Aquior, e Judite disse-lhe: O Deus de Israel, de 
quem testemunhaste que toma vingança dos seus inimigos, cortou esta 
noite por minha mão a cabeça de todos os infiéis. 
28 Para provar-te que assim é, eis aqui a cabeça de Holofernes que, na 
insolência de seu orgulho, desprezava o Deus de Israel e te ameaçava 
de morte, dizendo: Quando o povo de Israel for vencido, mandarei 
passar-te ao fio da espada. 
29 Vendo a cabeça de Holofernes, Aquior foi tomado de pavor e caiu 
com o rosto por terra, sem sentidos. 
30 Quando recobrou os sentidos e voltou a si, jogou-se aos pés de 
Judite em sinal de reverência e disse: Sê bendita de teu Deus em todas 
as tendas de Jacó, porque o Deus de Israel será glorificado por causa de 
ti entre todas as nações que ouvirem o teu nome. 

1 Então Judite disse a todo o povo: Ouvi-me, irmãos, pendurai esta 
cabeça no alto de nossas muralhas. 
2 Quando o sol se levantar, tome cada um as suas armas e saí com 
ímpeto, não para descerdes simplesmente (até o vale), mas como para 
atacá-los. 
3 Será necessário que as sentinelas corram a acordar o seu general para 
o combate. 
4 Quando os seus chefes tiverem corrido à tenda de Holofernes e o 
encontrarem decapitado, jazendo no seu próprio sangue, serão tomados 
de pavor. 
5 E quando os virdes fugir, persegui-os destemidamente, porque o
Senhor os esmagará sob os vossos pés. 
6 Então Aquior, vendo o poder que manifestara o Deus de Israel, 
abandonou o culto pagão, creu em Deus, circuncidou-se e foi 
incorporado ao povo de Israel, assim como toda a sua descendência até 
o dia de hoje. 
7 Logo que raiou o dia, penduraram nas muralhas a cabeça de 
Holofernes, cada um tomou as suas armas e saíram fazendo um grande 
alarido e soltando gritos agudos. 
8 Vendo isto, correram as sentinelas à tenda de Holofernes. 
9 Os que estavam na tenda vieram (ver) e fizeram grande barulho à 
porta do quarto para o despertar, e aumentavam cada vez mais o 
tumulto para que Holofernes acordasse com o ruído, sem que houvesse 
necessidade (de entrar) para o acordar. 
10 Porque ninguém ousava bater na porta nem entrar no quarto do 
marechal dos assírios. 
11 Mas chegando os generais com os tribunos e com todos os oficiais do 
exército do rei dos assírios, ordenaram aos camareiros: 
12 Entrai e despertai-o, porque os ratos saíram de seus buracos e se 
atrevem a nos provocar ao combate. 
13 Então Vagao, entrando no quarto, parou diante da cortina e bateu 
com as mãos, porque supunha que ele dormia com Judite. 
14 Aplicando, porém, os ouvidos e não percebendo movimento algum de 
um homem que dorme, aproximou-se da cortina e a levantou. À vista do 
cadáver de Holofernes decapitado, que jazia por terra num charco de 
sangue, soltou um forte grito, rompeu em lágrimas e rasgou as suas 
vestes. 
15 Entrou então na tenda de Judite e não a encontrou. Correu para fora 
e disse ao povo: 
16 Uma judia pôs a confusão na casa do rei Nabucodonosor: Holofernes 
jaz ali caído por terra, e a sua cabeça não está com o corpo! 
17 Ouvindo estas palavras, todos os oficiais do exército assírio rasgaram 
suas vestes, um terror e um espanto extremos os invadiram, e os seus 
espíritos ficaram completamente desorientados, e um clamor 
indescritível levantou-se do acampamento. 

Quando todo o exército soube que Holofernes tinha sido decapitado, 
perderam a razão e o conselho. Agitados pelo espanto e pelo terror, 
buscaram a salvação na fuga. 
2 Sem trocar uma palavra sequer com o seu vizinho, com a cabeça 
baixa, deixando tudo, fugiram pelas planícies e pelos montes, 
procurando escapar aos hebreus, pois ouviam que vinham armados
sobre eles. 
3 Os israelitas, vendo-os fugir, perseguiram-nos. Desceram as encostas 
atrás deles tocando a trombeta e soltando grandes gritos. 
4 E como os assírios iam fugindo desordenadamente, os israelitas que 
os perseguiam juntos, formados em batalhão, destroçavam todos os que 
podiam atingir. 
5 Ozias mandou mensageiros a todas as cidades e províncias de Israel. 
6 Assim, cada localidade e cada cidade armou o melhor de sua 
juventude e a enviou contra os assírios, e perseguiram-nos à ponta de 
espada até a sua fronteira mais afastada. 
7 Entretanto, os que tinham ficado em Betúlia, entraram no 
acampamento dos assírios e levaram um enorme despojo deixado pelo 
inimigo em sua fuga. 
8 Enfim, aqueles que voltaram vitoriosos para Betúlia, trouxeram 
consigo tudo o que pertencera aos assírios, um numeroso rebanho, 
grande quantidade de material e de animais de carga; e assim todos, 
desde o maior até o menor, se enriqueceram com seus despojos. 
9 Veio então de Jerusalém a Betúlia o sumo sacerdote Joaquim com 
todos os anciãos para ver Judite. 
10 Quando ela lhes veio ao encontro, abençoaram-na todos a uma só 
voz, dizendo: Tu és a glória de Jerusalém; Tu és a alegria de Israel, tu 
és a honra de nosso povo. 
11 Deste prova de alma viril e coração valente. Amaste a castidade, e 
não quiseste, depois da morte do teu marido, conhecer outro homem; 
então o Senhor te fortaleceu e por isso serás eternamente bendita. 
12 Ao que todo o povo respondeu: Assim seja! Assim seja! 
13 Trinta dias mal bastaram ao povo de Israel para recolher os despojos 
dos assírios. 
14 Tudo o que se soube ter pertencido a Holofernes, o povo deu-o a 
Judite: ouro, prata, vestes, pedras preciosas e outros objetos. 
15 Todo o povo entregou-se a grandes festas, com as mulheres, com as 
jovens e com os jovens, ao som de harpas e cítaras. 

E Judite expressou-se nestes termos: Entoai um cântico ao meu Deus 
com tamborins, cantai ao Senhor com címbalos. Entoai-lhe salmos e 
louvores, exaltai e invocai o seu nome. 
2 Porque é um Deus que extermina guerras - Senhor é o seu nome. 
Acampou no meio do seu povo e me livrou da mão de todos os meus 
inimigos. 
3 Assur veio das montanhas, do norte, veio com imensa tropa de 
guerreiros. Multidão de encher os vales, cavalaria de cobrir morros 
inteiros! 
4 Jurara incendiar a minha terra. Passar meus jovens ao fio da espada e 
esmagar minhas criancinhas, levar embora meus filhos e minhas filhas, 
ao cativeiro... 
5 O Senhor onipotente os rechaçou, por mãos de uma mulher! 
6 Seu caudilho foi derrotado, não por jovens; foi ferido, não por filhos 
de Titãs; vencido, não por gigantes enormes: foi Judite, filha de Merari, 
quem o paralisou com a formosura de seu rosto. 
7 Despiu o seu vestido de viúva, para consolação dos que sofriam em 
Israel. Ungiu o rosto com essência perfumada, 
8 cingiu os cabelos com um diadema e vestiu um vestido de linho, para 
o seduzir. 
9 Suas sandálias arrebataram-lhe os olhos, sua beleza extasiou-lhe a 
alma, e a espada lhe decepou a nuca. 
10 Os persas tremeram de ver tamanha valentia, os medos se 
acovardaram perante sua audácia. 
11 Então, os humildes gritaram, e eles tremeram espavoridos, os fracos 
(do meu povo) clamaram, e eles foram tomados de espanto; ao 
estrépito das vozes, deitaram a fugir. 
12 Filhos de jovens mães os transpassaram e, como a meninos 
fugitivos, os feriram: ei-los derrotados na batalha de meu Senhor! 
13 Cantarei a Deus um cântico novo: Sois grande, Senhor, sois glorioso, 
de admirável poder, invencível. 
14 Todas as criaturas vos rendam homenagem, porque com uma só 
palavra fizestes todas as coisas; enviastes o vosso espírito, e foram 
criadas, e nada pôde resistir à vossa voz. 
15 Podem abalar-se montanhas e águas, rochedos derreter-se como 
cera diante de vossa face: para aqueles que vos temem sereis sempre 
propício. 
16 Bem pouca coisa é o sacrifício de suave fragrância, é como nada a 
gorda carne dos sacrifícios; quem teme ao Senhor, este é grande, para 
sempre! 
17 Ai das nações que se insurgirem contra o meu povo! No dia do juízo 
as punirá o Senhor todo-poderoso: entregará as suas carnes aos vermes 
e ao fogo, e hão de chorar eterna dor. 
18 Depois desta vitória, todo o povo foi a Jerusalém para adorar o 
Senhor. Purificaram-se e todos ofereceram os seus holocaustos, 
cumprindo os seus votos e suas promessas. 
19 Judite ofereceu todas as armas de Holofernes recebidas do povo, e o 
cortinado que ela mesma tinha tirado do leito de Holofernes para que 
servisse de anátema de esquecimento. 
20 O povo alegrou-se grandemente diante do santuário, e o regozijo 
desta vitória foi celebrado com Judite durante três meses. 
21 Terminada a festa, cada um voltou para a sua casa, e Judite, que 
tinha grande crédito em Betúlia, adquiriu ainda maior renome em todo o 
país de Israel. 
22 À coragem juntava a castidade, de tal sorte que nunca em toda a sua 
vida conheceu outro homem, desde que morreu Manassés, seu marido. 
23 Nos dias de festa aparecia em público com todos os seus adornos. 
24 Ela viveu cento e cinco anos na casa de seu marido, e deu liberdade 
à sua escrava. Morreu e foi sepultada em Betúlia junto de seu marido. 
25 Todo o povo a chorou durante sete dias. 
26 Em todos os dias de sua vida, e muitos anos depois de sua morte, 
não houve quem perturbasse a paz de Israel. 
27 O aniversário de sua vitória foi posto pelos hebreus no número dos 
dias santos, e ainda hoje é celebrado pelos judeus. 

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O livro apresenta a situação difícil do povo, oprimido por uma grande potência. Por trás de Nabucodonosor e seu império, podemos entrever a figura de qualquer dominador com seu sistema de opressão.
Por outro lado, a Tradução Ecumênica da Bíblia sustenta que o livro teria sido escrito no final do século II AC, ou mais tarde, e que se baseia em fatos reais que teriam ocorrido durante a Dominação Persa, trata-se de um Midrash, no qual um núcleo que pode ser real é tratado com muita liberdade, amplificado por novos episódios fictícios, fecundado por alusões a textos bíblicos. Sendo que no caso do Livro de Judite cogita-se que o autor teria se inspirado: no combate de Davi, da intervenção de Abgail a Davi, e muitos outros...

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O texto relata a história de uma piedosa viúva que sai da cidade cercada e dirige-se ao acampamento do exército inimigo, com sua beleza envolve o comandante Holofernes que se embriaga durante um banquete e tem sua cabeça cortada pela heroína desta história.
Os três primeiros capítulos( jt 1 e jt 3) descrevem os mecanismos de dominação das grandes potências: aparato militar, demonstração de força, intimidação, e também mostram como os pequenos países, intimidados, se submetem a tais pressões. A prepotência se torna verdadeiro ídolo, que exige adoração.
O livro que relata a história de judite, é apresentado um país pequeno que, apesar de dominado, se prepara para reagir, através de uma fé prática, e por outro lado, descreve a irritação do opressor, que não admite insubmissão e despreza o Deus libertador presente na história. O oprimido se vê tentado a fazer as pazes e a se conformar com a escravidão.
Nos capítulos 8 e 9, a figura de judite sugere dois símbolos que se complementam: a mulher corajosa que sai em defesa de seu povo oprimido e o próprio povo que renova sua força e fé, liderado por gente que enfrenta a covardia das autoridades e sai à luta.
Nos capítulos 10 e 13 a beleza e artimanhas de judite simbolizam a fé, que não dispensa os meios políticos na luta para eliminar os mecanismos centrais de repressão (cabeça de Holofernes). Diante de uma primeira vitória, os outros (Aquior) se unem porque começam a ter fé no Deus que liberta. Por fim, a vitória comemorada reacende o ideal de liberdade e o prazer de louvar o Deus verdadeiro, que vence os ídolos opressores.
Diante da opressão, surge a questão do como proceder, havendo a alternativa de refugiar-se na fé, esperando que Deus resolva a situação ou entrar no jogo da história, combatendo os poderosos com as mesmas armas. Cabendo refletir até que ponto Deus está presente na passividade ou na atividade histórica do seu povo.
Nesse contexto, o Livro de Judite indica que a fé autêntica é aquela que encarna a fidelidade a Deus e ao seu projeto dentro da situação histórica concreta em que o povo está vivendo. Deus estará sempre aliado com aqueles que lutam para conquistar a liberdade e a vida, procurando destruir toda e qualquer forma de      escravidão e morte. Tal luta, porém, não deve realizar-se de forma temerária. É preciso agir com discernimento, para realizar ação verdadeiramente eficaz, coerente com a fé que leva para a vida.
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